“É preciso reflorestar nascentes e margens dos rios para garantir a água”, alerta agropecuarista

Data: 28/08/2014




O diretor da SNA (Sociedade Nacional de Agricultura), Alberto Figueiredo, afirmou durante uma entrevista à Agência Brasil que é preciso reflorestar as nascentes e margens dos rios para garantir um suprimento de água confiável e perene. Para ele as secas prolongadas que têm afetado diversos estados não se resolverão somente com a volta das chuvas.

O alerta não vem de setores ambientalistas, mas de um segmento durante muitos anos associado à derrubada das matas: os agropecuaristas. A segurança hídrica afeta não só as torneiras da população, mas coloca em risco o próprio negócio dos fazendeiros, que precisam de água abundante para irrigar suas plantações.

A escassez de água e a diminuição dos cursos d´água acabam por inibir novos projetos de irrigação e afetam as iniciativas existentes no campo. “O que nos preocupa é que não há qualquer trabalho feito pelas autoridades no sentido de manter as fontes de água, as nascentes, as florestas nas encostas, as reservas ciliares para garantir os cursos d´água. Isso não acontece na intensidade que deveria, e pode fazer com que crescentes contingentes de pessoas fiquem sem água”, alertou Figueiredo.

O agropecuarista comenta que os governos deveriam incentivar, monetariamente, os fazendeiros a replantarem as áreas de preservação permanente, principalmente as encostas. As matas nesse tipo de terreno têm a função de reter e fazer infiltrar as chuvas, evitando que grande volume de terra acabe assoreando os córregos e rios.

Figueiredo criticou o novo Código Florestal dizendo que ele “diminuiu” as exigências de reflorestamento em áreas declivosas, o que é grave, pois são terrenos que não dão produtividade nem para a pecuária nem para a agricultura, e se prestam efetivamente para as florestas. “O que precisa é o governo fazer cumprir a legislação que existe. Hoje não há, por exemplo, profissionais distribuídos pelo interior para orientar os produtores em relação ao preenchimento do cadastro ambiental rural”, ressaltou.

O dirigente da SNA também prega o aumento da produtividade na criação de gado, colocando mais animais em espaço menor e abrindo área para o reflorestamento. Hoje o Brasil tem 1,2 cabeça de boi por hectare, em média. Em algumas propriedades este número chega a 15.


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